segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

two thousand twelve project

1- Read interesting books
2- Write
3- Take college more seriously
4-Lose some weight (3 exactly)
5-Develop a fashion project
6-Improve the english
7-To get an internship
8-Take the CNH
9-Go to gym or dance class
10-Learn something new
11-Go church every week and pray more
12-Be more patience
13-Take less time with useless things
14-Work it better with photographs
15-Know new people friends and professional contacts
16-Do something good to another people always
17-Go out every week
18-Be more involved with family
19-Do something new and creative
20-Travel to a unknown place

sábado, 31 de dezembro de 2011

Desta vez dispenso pai de santo, benzedeira, cartas, orixás, sete ondas, semente de romã ou qualquer outra superstição usada para justificar as metas do ano que passou e não se cumpriram. Desta vez só peço a Deus que ilumine meu caminho e me dê força e coragem, e também que seja doce - ainda sim repito sete vezes: que seja doce que seja doce que seja doce...
Que 2012 seja tudo aquilo que 2011 não foi, mas que seja pelo meu esforço e determinação.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"E — de repente — senti. Estava tudo muito bonito, e muitas vezes eu choro quando tudo está assim, bonito."
cfa

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Que doce assim seja!

Hoje acordei meio Caio F. de Abreu e decidi que quero sofrer por um grande amor: chega de desapegos, de alma inquieta, de fugir de olhares que perguntam demais... Quero dar uma resposta. "Sim", ou "eu também" nada mais de olhares, respostas e atitudes vagas com o medo de se comprometer. Não quero mais a agonia de imaginar que ao me encarar alguém descobre a verdade- a verdade é que acho tudo uma grande aventura e que me canso fácil também. Cansei de desviar, evitar, de deixar pedaços pra trás - e despedaçar também. Não acredito que ninguém mereça sofrer por uma pessoa que não sabe amar. Mas talvez sofrer porque amou e não deu certo, mas depois de gastas todas as tentativas. Depois de tantas histórias, que apesar de curtas foram intensas, quero uma diferente, porque cansei. Cansei, enjoei, quero tentar algo novo. Só me resta então pedir que seja doce, e amém.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Luzinhas brilhantes e pequenas coisas que são grandes


   Li que ninguém precisa ser presidente da república, autor de best seller ou celebridade instantânea para fazer pequenas coisas aos outros, pequenos gestos ou atitudes que feitas resultam num enorme efeito. Ed Kennedy era, ao seu próprio ver, um fracassado e mesmo assim fez muitas pessoas sorrirem. Um tênis velho para uma garota que corria descalço, um sorvete para uma mãe tristonha, luzinhas brilhantes para crianças no natal. Parecem pequenas coisas, mas perto de toda a grandiosidade da vida essas coisinhas tão pequenas se tornam, como diz o direito, infungíveis.
   Um sorriso, uma mensagem, um bom dia. Mande flores, compre um bombom; “lembrei de você”. Diz que ama, que tem saudade, recomende um livro, um filme ou musica. Chame pra sair; saia, dance, ria – porque quem ri faz outros rirem junto. Deixe um bilhete quando sair pra faculdade trabalho jantar jogar o lixo. Abrace, diga apenas coisas positivas, ELOGIE. Esqueça os problemas por  um minuto, imagine que eles não existem, eles vão ficando menores e menores e menores... REZE. Peça a Deus, qualquer que seja sua percepção dele, que seu dia, que sua vida seja doce. Repita sete vezes como fez Caio: QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE. Reze pelas pessoas que ama, e pelas que não ama também – isso embeleza a alma.
   Escreva uma carta, ligue pra aquela pessoa com quem você não fala há tantos anos...Olhe para as estrelas a noite e faça um pedido. ACREDITE. Na vida nas pessoas no amor na amizade no rock’n’roll nos seus objetivos. Olhe o por do sol todos os dias mas olhe o nascer do sol todas as manhãs também. AGRADEÇA pela porta aberta pela ligação pelo favor pela companhia. Corra, cante, grite,  aprenda a escutar. APRENDA a perceber esses pequenos detalhes, que são coisas grandes.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

EXISTE SEMPRE ALGUMA COISA AUSENTE

Paris — Toda vez que chego a Paris tenho um ritual particular. Depois de dormir algumas horas, dou uma espanada no rodenirterceiromundista e vou até Notre-Dame. Acendo vela, rezo, fico olhando a catedral imensa no coração do Ocidente. Sempre penso em Joana d’Arc, heroína dos meus remotos 12 anos; no caminho de Santiago de Compostela, do qual Notre-Dame é o ponto de partida — e em minha mãe, professora de História que, entre tantas coisas mais, me ensinou essa paixão pelo mundo e pelo tempo.
Sempre acontecem coisas quando vou a Notre-Dame. Certa vez, encontrei um conhecido de Porto Alegre que não via pelo menos á2o anos. Outra, chegando de uma temporada penosa numa Londres congelada e aterrorizada por bombas do IRA, na época da Guerra do Golfo, tropecei numa greve de fome de curdos no jardim em frente. Na mais bonita dessas vezes, eu estava tristíssimo. Há meses não havia sol, ninguém mandava notícias de lugar algum, o dinheiro estava no fim, pessoas que eu considerava amigas tinham sido cruéis e desonestas. Pior que tudo, rondava um sentimento de desorientação. Aquela liberdade e falta de laços tão totais que tornam-se horríveis, e você pode então ir tanto para Botucatu quanto para Java, Budapeste ou Maputo — nada interessa. Viajante sofre muito: é o preço que se paga por querer ver “como um danado”,feito Pessoa. Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.
Enrolado num capotão da Segunda Guerra, naquela tarde em Notre-Dame rezei, acendi vela, pensei coisas do passado, da fantasia e memória, depois saí a caminhar. Parei numa vitrina cheia de obras do conde Saint-Germain, me perdi pelos bulevares da le dela Cité. Então sentei num banco do Quai de Bourbon, de costas para o Sena, acendi um cigarro e olhei para a casa em frente, no outro lado da rua. Na fachada estragada pelo tempo lia-se numa placa: “II y a toujours quelque choe d’abient qui me tourmente” (Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta) — frase de uma carta escrita por Camilie Claudel a Rodín, em 1886. Daquela casa, dizia aplaca, Camille saíra direto para o hospício, onde permaneceu até a morte. Perdida de amor, de talento e de loucura.
Fazia frio, garoava fino sobre o Sena, daquelas garoas tão finas que mal chegam a molhar um cigarro. Copiei a frase numa agenda. E seja lá o que possa significar “ficar bem” dentro desse desconforto inseparável da condição, naquele momento justo e breve — fiquei bem. Tomei um Calvados, entrei numa galeria para ver os desenhos de Egon Schiele enquanto a frase de Camille assentava aos poucos na cabeça. Que algo sempre nos falta — o que chamamos de Deus, o que chamamos de amor, saúde, dinheiro, esperança ou paz. Sentir sede, faz parte. E atormenta.
Como a vida é tecelã imprevisível, e ponto dado aqui vezenquando só vai ser arrematado lá na frente. Três anos depois fui parar em Saint-Nazaire, cidadezinha no estuário do rio Loire, fronteira sul da Bretanha. Lá, escrevi uma novela chamada Bem longe de Marienbad , homenagem mais à canção de Barbara que ao filme de Resnais. Uma tarde saí a caminhar procurando na mente uma epígrafe para o texto. Por “acaso”, fui dar na frente de um centro cultural chamado (oh!) Camille Claudel. Lembrei da agenda antiga, fui remexer papéis. E lá estava aquela frase que eu nem lembrava mais e era, sim, a epígrafe e síntese (quem sabe epitáfio, um dia) não só daquele texto, mas de todos os outros que escrevi até hoje. E do que não escrevi, mas vivi e vivo e viverei.
Pego o metrô, vou conferir. Continua lá, a placa na fachada da casa número 1 do Quai de Bourbon, no mesmo lugar. Quando um dia você vier a Paris, procure. E se não vier, para seu próprio bem guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo.

Caio F. de Abreu